Monday, May 30, 2011

O País onde nós vivemos (menos Sócrates)

Espero que todos os ouvintes já estejam em Portugal há alguns meses, ou pelo menos ouçam notícias de Portugal com alguma regularidade.
Agora, estamos em Portugal, é mais ou menos mês de Maio. O governo caiu (vá, sejamos verdadeiros, foi brutalmente derrubado pela oposição – aliás brutalmente, injustificadamente sem se perceber porquê e assim).
O país (para quem não tem cá estado), tem sido superiormente orientado pelo agora candidato a primeiro ministro: José Sócrates.
Uns meses antes de o governo ser brutalmente derrubado, vivia-se um clima de terror (equiparado ao que se dizia do comunismo antes e depois do 25 de Abril). O primeiro ministro de Portugal, ou um ventríloquo/sósia por ele (para os que não têm cá estado), não raras vezes, nas múltiplas aparições nas TVs alertava com a besta do apocalipse (para os que não têm cá estado), bem pior que outra coisa qualquer.
Diz-se por aí que o FMI, veio dizer aos portugueses o que todos já sabíamos (excepto os que não têm cá estado).
Assim que foram dadas ao conhecimento privado as primeiras conclusões, eis que num raro acto de mágica (para os que não têm cá estado), aparece um senhor bem vestido, impoluto/insuspeito/integro/Ingenheiro (para os que não têm cá estado), e diz ao país o que não vai ser preciso fazer! E que afinal o que aí vem, serão só benesses como sempre (ali apareceu também um homem sério e de olhar profundo, atrás de um senhor bem vestido).
E não fosse o PSD (para os que não têm cá estado, o PSD foi aquele partido que apoiou um governo nos vários PEC feitos por um governo que não tem cá estado).
Já me esquecia. O PSD, solidário com o tal primeiro ministro (que não tinha cá estado), assumiu-se como tábua de salvação. Como? Assumiu o PSD o papel de Governo cessante e Sócrates (esse que não tem cá estado), assumiu o papel de oposição.
Agora é vê-los não só em campo, mas, e principalmente nas sondagens a fazerem os seus papeis: O PSD a cometer gafes (desconfio que a pedido do PS) umas atrás das outras, e o tal primeiro ministro que não tem cá estado, a acusar esse tal partido que agora faz de ex-governo, de todos os males que nos afligem.
Caro Passos Coelho, esse papel de assumpção de erros alheios, e empréstimo de corpo para levar porrada, seria um principio da Democracia Cristã e não tanto de um partido liberal social (é pá.. liberal, liberal, mas nem tanto).
Caro Passos Coelho, evite que se continuem a discutir os pelos públicos, e recoloque no debate político os nomes nos bois. Se for o caso, faça lá o jeito e recorde ao nosso primeiro que cá não mora a Alice; nem este pais, é neste momento, é o tal das maravilhas.
Caro Passos Coelho, se ao menos o sr tivesse tirado um curso de político ao domingo!! poderia perceber que em política (às vezes) uma verdade é uma coisa que se constrói na base de muitas mentiras bem engendradas.

In Rádio Altitude (quinzenalmente)

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