Da politica, as campanhas.
Li um comentário a um artigo de jornal, que não consegui voltar a encontrar… há destas coisas irritantes na internet !
Mas era mais ou menos assim: o comentador congratulava-se com as eleições presidenciais e os proventos que elas carregavam para o esclarecimento do país.
Se estivéssemos em campanha eleitoral permanentemente, tudo (vá lá bastante) poderia vir ao de cima.
Uns por despudor, outros por pudor de virgens ávidas por saber dos deboches das vizinhas à saída da igreja, a classe política e a sua sempre duvidosa relação com o jornalismo (qual não rara promiscuidade, (não disse prostituição!) mútua e subserviência de ocasião, fazendo ora uns de parceiros activos, ora outros de parceiros passivos), vão pondo a nu fraudes e supostas fraudes, casos, negociatas, reformas mais ou menos morais (também consoante seja a pessoa em causa).
Tudo é portanto nestas alturas posto na praça pública, num chorrilho de acusações, nem sempre fundadas; e as que fundadas, caminharão para o infundado (sem fundo) saco das outras todas.
Tudo isto a vir ao de cima, tem o senão de deixar em vergonha a investigação criminal, os órgãos de justiça e as comissões de inquérito; pela celeridade dos corredores da comunicação social em detrimento dos saberes da judiciária e tribunais.
Face a tudo isto, nós os comuns mortais, vamos vendo, ouvindo e lendo, e embora como dizia o tema, continuamos a ignorar.
Deixamos de ignorar, às vezes de forma tão abrupta, um facto que já foi relatado e esquecido, mas porque agora é que é pertinente, voltamos a achá-lo da máxima prioridade e actualidade.
O que por vezes é curioso, é que o tal facto, já talvez ultrapassado ganha tanta actualidade que sobre ele se fazem novas indagações, como se fossem mesmo a fina nata da verdade. Para que tal seja ainda mais verdade, as opiniões dos mesmos protagonistas, são agora o contrário do que foram em outros tempos.
O povo esclarecido na hora é outra coisa, ou não é? Ou não é esclarecido? O que é esclarecer na hora? E só esclarecer, é o quê? Vou cair numa mentira de lugar comum: p´ra dizer a verdade, não sei.
Ag da silva Rádio Altitude, 11 Jan 2011, Crónica Diária
Friday, January 21, 2011
Pai Natal vs Menino Jesus
Ou de como o Pai Natal ganhou ao Menino Jesus.
O Natal, foi durante muitos anos uma festa da família, num sentido muito alargado, mas quase aceite por todos, a festa da Sagrada Família de Nazaré ou Belém.
Cada família, revia-se pelo menos em momentos mais próximos da infância, com a tal família de Nazaré. Os avós nutriam pelos netos um carinho ainda maior nesta altura do ano; os pais, pelo menos os mais jovens, transportavam para os filhos algum daquele sentir da época natalícia.
Aos poucos, fomos substituindo o Natal, que era na sua essência uma festa da família e uma festa religiosa, num cada dia mais despido acto de consumo: incluímos aqui uma troca de presentes cada dia mais ausentes, sms, emails, chamadas a preços reduzidos entre clientes da mesma operadora… e coisas assim.
O Natal para a maioria dos miúdos, foi na minha geração o Natal do Sapatinho e do Menino Jesus; transformou-se agora no Natal do pai Natal, esse senhor que entra pelas casas pela chaminé e um mãos largas nos enche as casas de presentes.
Aqui, na imensidão de presentes, ganhou o Pai Natal o “campeonato” ao Menino Jesus. É que no tempo do menino Jesus, praticamente só as crianças tinham prendas, sendo que muitas vezes só uma; agora todos têm, e aos montes, de tal modo desordenados que é ver pelos caixotes do lixo a quantidade de embalagens.
Essa figura vermelha, como que inventada pela coca cola, veio salvar aqueles que já tinham algum pudor em acreditar na possibilidade de um “Menino” ser o salvador, o MESSIAS. É no entanto mais fácil acreditar que o Pai Natal, viaja de longe, sabe mais ou menos o que nós queremos, e espante-se voa tal qual um super herói com as suas renas amaestradas.
Sente-se agora que as pessoas vivem muito mais libertas desses valores judaico-cristãos que os obrigavam a acreditar em coisas estranhas, e que finalmente esse senhor de ar bonacheirão, veio preencher o angustiante vazio.
É muito mais simples, qualquer um de nós vestir uma indumentária de Pai Natal (baratuchas que são), e entrar na sala e desatar a entregar prendas. Como faria o Menino Jesus?
É muito mais simples, nas escolas desenharmos um Pai Natal, pois qualquer vestimenta Vermelha com barbas e saco é um Pai Natal… já desenhar um menino no presépio, não é pra qualquer um.
Uma coisa é certa: as prendas do Menino Jesus, eram abertas com muito mais respeito, apesar de simples, que hoje as do Pai Natal, mesmo sofisticadas. No tempo do Menino Jesus, os miúdos não desprezavam as prendas, mesmo sendo uma ou no máximo duas.
Como será a vida das crianças espanholas, para quem nem é o Pai Natal nem o Menino Jesus que traz as prendas, mas sim os reis?
Bom ano 2011 para todos!
Ag da silva, Rádio Altitude, Crónica Diária, 28 Dezembro 2010
O Natal, foi durante muitos anos uma festa da família, num sentido muito alargado, mas quase aceite por todos, a festa da Sagrada Família de Nazaré ou Belém.
Cada família, revia-se pelo menos em momentos mais próximos da infância, com a tal família de Nazaré. Os avós nutriam pelos netos um carinho ainda maior nesta altura do ano; os pais, pelo menos os mais jovens, transportavam para os filhos algum daquele sentir da época natalícia.
Aos poucos, fomos substituindo o Natal, que era na sua essência uma festa da família e uma festa religiosa, num cada dia mais despido acto de consumo: incluímos aqui uma troca de presentes cada dia mais ausentes, sms, emails, chamadas a preços reduzidos entre clientes da mesma operadora… e coisas assim.
O Natal para a maioria dos miúdos, foi na minha geração o Natal do Sapatinho e do Menino Jesus; transformou-se agora no Natal do pai Natal, esse senhor que entra pelas casas pela chaminé e um mãos largas nos enche as casas de presentes.
Aqui, na imensidão de presentes, ganhou o Pai Natal o “campeonato” ao Menino Jesus. É que no tempo do menino Jesus, praticamente só as crianças tinham prendas, sendo que muitas vezes só uma; agora todos têm, e aos montes, de tal modo desordenados que é ver pelos caixotes do lixo a quantidade de embalagens.
Essa figura vermelha, como que inventada pela coca cola, veio salvar aqueles que já tinham algum pudor em acreditar na possibilidade de um “Menino” ser o salvador, o MESSIAS. É no entanto mais fácil acreditar que o Pai Natal, viaja de longe, sabe mais ou menos o que nós queremos, e espante-se voa tal qual um super herói com as suas renas amaestradas.
Sente-se agora que as pessoas vivem muito mais libertas desses valores judaico-cristãos que os obrigavam a acreditar em coisas estranhas, e que finalmente esse senhor de ar bonacheirão, veio preencher o angustiante vazio.
É muito mais simples, qualquer um de nós vestir uma indumentária de Pai Natal (baratuchas que são), e entrar na sala e desatar a entregar prendas. Como faria o Menino Jesus?
É muito mais simples, nas escolas desenharmos um Pai Natal, pois qualquer vestimenta Vermelha com barbas e saco é um Pai Natal… já desenhar um menino no presépio, não é pra qualquer um.
Uma coisa é certa: as prendas do Menino Jesus, eram abertas com muito mais respeito, apesar de simples, que hoje as do Pai Natal, mesmo sofisticadas. No tempo do Menino Jesus, os miúdos não desprezavam as prendas, mesmo sendo uma ou no máximo duas.
Como será a vida das crianças espanholas, para quem nem é o Pai Natal nem o Menino Jesus que traz as prendas, mas sim os reis?
Bom ano 2011 para todos!
Ag da silva, Rádio Altitude, Crónica Diária, 28 Dezembro 2010
áGUAS
ÁGUAS DE POR PORTUGAL (GAGUÊS)
Aos leitores as minhas desculpas: o título deste texto nada tem que ver com a realidade, ou tendo a ver, será pura ficção.
Como alguns saberão, a luta pela água, saneamento e piso nas ruas foi também uma das lutas que fiz em nome do Jarmelo (por consequência seria a de todas as terras do Concelho da Guarda, por simpatia de todas as terras do Distrito – as que ainda não tivessem, e por ambição, as do país).
Com nomes mais estranhos, mais inteligíveis ou mais sensíveis, o país viu-se “invadido” por um ataque de higiene e condição de bem estar para as populações. Os mais espertos da política, apressaram-se a chamar filho ao bastardo e a assumir casamentos múltiplos mesmo em contra-natura.
Era vê-los em públicos palanques apregoar o inevitável: água e saneamento já! Solidários com as populações que durante décadas pouco mais que desprezaram. Ainda me lembro da resposta tipo, quando a pergunta versava o tema para as terras do Jarmelo. Ainda me lembro que cada vez que havia eleições (e houve muitas vezes, durante demasiados anos pós 25 de Abril), da tentação da promessa lá saía mais uma bujarda, que a cada ano que passava mais insultava aqueles que tiveram que buscar por meios próprios um bem escasso e muitas vezes longínquo.
O povo deve andar tresloucado! Então agora que finalmente lhes vão pôr a água e o saneamento, fazem perguntas tão embaraçosas como se não quisessem lá esses bens por que tanto ansiaram?
Uma ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) poderá custar 200, 300 ou até mais (em milhares de euros), para uma população residente próxima aos 500 habitantes; somando a este facto que os sistemas “adutores” em “alta” em “baixa” e outros vocábulos que aqui poderíamos misturar (com alguma impropriedade de termos) custarão mais uns milhares, perto de milhões de euros.
Tudo isto traz os nossos avós, pais e vizinhos perturbados com o súbito interesse (pelo volume de negócio) que o resto do país está a sentir por alguns espaços do Portugal profundo!
Isto só para acalmar! de forma irresponsável, tenho tentado aliviar esta carga (que eles vão ler como uma dívida a algum político ou malabarista mais ou menos de trazer por casa), dizendo-lhes, que nem tudo se deve a quem anda a colher os louros, nem tudo se deve ao respeito (quase nada se deve ao respeito) que a sociedade tem por eles; mas que muito se deve ao que se deve.
Acho que os deixei um bocado mais baralhados.
Ag da silva (in Terras da Beira, 3 Jan 2011)
Aos leitores as minhas desculpas: o título deste texto nada tem que ver com a realidade, ou tendo a ver, será pura ficção.
Como alguns saberão, a luta pela água, saneamento e piso nas ruas foi também uma das lutas que fiz em nome do Jarmelo (por consequência seria a de todas as terras do Concelho da Guarda, por simpatia de todas as terras do Distrito – as que ainda não tivessem, e por ambição, as do país).
Com nomes mais estranhos, mais inteligíveis ou mais sensíveis, o país viu-se “invadido” por um ataque de higiene e condição de bem estar para as populações. Os mais espertos da política, apressaram-se a chamar filho ao bastardo e a assumir casamentos múltiplos mesmo em contra-natura.
Era vê-los em públicos palanques apregoar o inevitável: água e saneamento já! Solidários com as populações que durante décadas pouco mais que desprezaram. Ainda me lembro da resposta tipo, quando a pergunta versava o tema para as terras do Jarmelo. Ainda me lembro que cada vez que havia eleições (e houve muitas vezes, durante demasiados anos pós 25 de Abril), da tentação da promessa lá saía mais uma bujarda, que a cada ano que passava mais insultava aqueles que tiveram que buscar por meios próprios um bem escasso e muitas vezes longínquo.
O povo deve andar tresloucado! Então agora que finalmente lhes vão pôr a água e o saneamento, fazem perguntas tão embaraçosas como se não quisessem lá esses bens por que tanto ansiaram?
Uma ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) poderá custar 200, 300 ou até mais (em milhares de euros), para uma população residente próxima aos 500 habitantes; somando a este facto que os sistemas “adutores” em “alta” em “baixa” e outros vocábulos que aqui poderíamos misturar (com alguma impropriedade de termos) custarão mais uns milhares, perto de milhões de euros.
Tudo isto traz os nossos avós, pais e vizinhos perturbados com o súbito interesse (pelo volume de negócio) que o resto do país está a sentir por alguns espaços do Portugal profundo!
Isto só para acalmar! de forma irresponsável, tenho tentado aliviar esta carga (que eles vão ler como uma dívida a algum político ou malabarista mais ou menos de trazer por casa), dizendo-lhes, que nem tudo se deve a quem anda a colher os louros, nem tudo se deve ao respeito (quase nada se deve ao respeito) que a sociedade tem por eles; mas que muito se deve ao que se deve.
Acho que os deixei um bocado mais baralhados.
Ag da silva (in Terras da Beira, 3 Jan 2011)
PRESIDENCIAIS
PRESIDENCIAIS da LAICIDADE e da PA(d)RIDADE
Num dia destes, apeteceu-me cuspir pró ar.
Disse-se que Cavaco tinha violado a laicidade (violou-a toda ou ainda escapou algum laico?), ao pedir às pessoas “Espero que ele (padre) vos incentive a exercer o direito cívico”. GRAVE!!! também acho, e ainda inoportuno, não fosse pela reacção.
Nem foi preciso esperar 24 H, já se ouvia um PADRE (himself). E aqui Cito o SITIO de ALEGRE (é quase uma excitação), espero que num padre (a exitação) não chegue a ser mesmo física e carnal e ainda manual (pois seria um pecado contra a castidade, e a certa idade, precisar para o acto de apoio médico).
“O padre Costa Pinto começou por explicar que a sua presença (em Viseu) [“enquanto homem e cidadão” não tinha por objectivo “pedir o voto de ninguém para ninguém”. O padre católico elogiou Manuel Alegre e justificou as razões da sua escolha…”] fim de Citação. (ainda bem que isto é muito diferente do que o outro padre de Valpaços disse (dirá, ou talvez venha a dizer/apelar); pois trata-se, do padre Costa Pinto (do que li em vários suportes, apoiante do Bloco de Esquerda – um padre ilustrado/esclarecido e ainda mais laico e socialista que outros que possa haver do mesmo género).
Ora, o Padre de Valpaços, terra “cavaquistónica” (78,15%), [se chamarem a Viseu “Cavaquistão” (65,58%)]. Vai apelar a que as pessoas cumpram o seu dever cívico. Ou esse apelo só deve ser feito em terras não “cavaquistas”? ou esse apelo só deve ser feito por padres “esclarecidos”; com sabor, cheiro e cor CERTAS? (admitindo que não há padres insípidos, inodoros e incolores).
Eu próprio não estava à espera de escrever isto: Vá, vamos dizer que hoje (Sábado), quando ia calmamente pró Jarmelo, na rádio me despertou esta coisa do padre Costa Pinto, se afirmar “apartidário” no comício de Manuel Alegre, não apelando ao voto em ninguém. Até aqui muito bem. Ora então o que faz o senhor padre num comício laico? Atender em confissões? Ó senhor padre, deixe isso para depois das eleições, poupará, vai ver, quer nas penitências, quer nos conteúdos. Verá senhor padre, que depois das eleições, alguns já nem se confessarão! Vai ver que outros estarão arrependidos, e haverá mais alegria por um arrependido do que por noventa e nove que não precisem. (Lucas 15,1-32).
Agora senhor padre, à sua idade, experiência (provavelmente diversificada) e formação, considere que a sua expressão, naquele local e face à abominável “violação da laicidade” de Cavaco Silva, é tão inocente e oportuna como esta minha crónica.
ag da silva (in Terras da Beira, 20 Janeiro 2011)
Num dia destes, apeteceu-me cuspir pró ar.
Disse-se que Cavaco tinha violado a laicidade (violou-a toda ou ainda escapou algum laico?), ao pedir às pessoas “Espero que ele (padre) vos incentive a exercer o direito cívico”. GRAVE!!! também acho, e ainda inoportuno, não fosse pela reacção.
Nem foi preciso esperar 24 H, já se ouvia um PADRE (himself). E aqui Cito o SITIO de ALEGRE (é quase uma excitação), espero que num padre (a exitação) não chegue a ser mesmo física e carnal e ainda manual (pois seria um pecado contra a castidade, e a certa idade, precisar para o acto de apoio médico).
“O padre Costa Pinto começou por explicar que a sua presença (em Viseu) [“enquanto homem e cidadão” não tinha por objectivo “pedir o voto de ninguém para ninguém”. O padre católico elogiou Manuel Alegre e justificou as razões da sua escolha…”] fim de Citação. (ainda bem que isto é muito diferente do que o outro padre de Valpaços disse (dirá, ou talvez venha a dizer/apelar); pois trata-se, do padre Costa Pinto (do que li em vários suportes, apoiante do Bloco de Esquerda – um padre ilustrado/esclarecido e ainda mais laico e socialista que outros que possa haver do mesmo género).
Ora, o Padre de Valpaços, terra “cavaquistónica” (78,15%), [se chamarem a Viseu “Cavaquistão” (65,58%)]. Vai apelar a que as pessoas cumpram o seu dever cívico. Ou esse apelo só deve ser feito em terras não “cavaquistas”? ou esse apelo só deve ser feito por padres “esclarecidos”; com sabor, cheiro e cor CERTAS? (admitindo que não há padres insípidos, inodoros e incolores).
Eu próprio não estava à espera de escrever isto: Vá, vamos dizer que hoje (Sábado), quando ia calmamente pró Jarmelo, na rádio me despertou esta coisa do padre Costa Pinto, se afirmar “apartidário” no comício de Manuel Alegre, não apelando ao voto em ninguém. Até aqui muito bem. Ora então o que faz o senhor padre num comício laico? Atender em confissões? Ó senhor padre, deixe isso para depois das eleições, poupará, vai ver, quer nas penitências, quer nos conteúdos. Verá senhor padre, que depois das eleições, alguns já nem se confessarão! Vai ver que outros estarão arrependidos, e haverá mais alegria por um arrependido do que por noventa e nove que não precisem. (Lucas 15,1-32).
Agora senhor padre, à sua idade, experiência (provavelmente diversificada) e formação, considere que a sua expressão, naquele local e face à abominável “violação da laicidade” de Cavaco Silva, é tão inocente e oportuna como esta minha crónica.
ag da silva (in Terras da Beira, 20 Janeiro 2011)
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